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Desabafos de um ser em transição

domingo, 28 de novembro de 2010

Despedida

A necessidade de se dizer
me impulsiona
me corroi.

Minhas ideias
a 1000 por hora
deixam-me
na inconstância.

Os rumos desnorteados
polvorizam
meu viver.

Preciso
que a última rosa seja entregue
que o elo seja rompido
que os limites se estabeleçam.

A ferruada do adeus
me é penetrante, devastador,
mas a saudade.... sufocante, destrutiva.

Não há o que fazer
os rios escolhem suas trilhas
apertam o frágil pulsante
colapsam os movimentos intercalantes da brisa.

Devo seguir
às margens da mágoa.

Fragilité

Um corpo vítreo
perdido na autoanálise
transparece a fatalidade
de longínquas mutilações.

O corpo vítreo
essencialmente dorificado
desmancha-se
racha-se.

Rios de águas cristalgadas
águas subterfúgias
invadem o inconsciente
aquecem o corpo.

Um corpo
cicatrizado
na plenitude
da construtivação.

Não...
não mais se possui
as águas subterfúgias.

O corpo vítreo
perde as vulnerabilidades
as águas...
ganham força, sentimento, sentido
substituídas
a um líquido espesso
sem contrastes...vitalício.

Penetra em todo o âmago
o corpo vítreo
humaniza-se.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu

Não quero  ser somente mais uma escala em sua sinfonia 
Não quero ser mais um esboço de teus caprichos
Não quero ser mais um adereço descartável
Não quero ser mais a poeira de suas estrelas
Não quero ser mais uma foto que perdeu as cores
Não quero ser mais o inconsciente consciente
Não mais ao longe fitar-lo

Quero desafiar meus medos e anseios
Quero fugir......
Do real, do esperado, da rotina.....
Quero romper.... Tudo o possível impossível
Quero encontrar o ponto de meu desequilíbrio constante
Quero deixar de ser o  objeto e me tornar o sujeito
Quero viver invariavelmente o surreal
Quero que aches a chave de todos (ou quase todos) meus enigmas

Ao fim quero ser apenas eu
Ou o que acredito ser eu.....